Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 03 de Maio de 2024

AEROVIÁRIOS/SP LUTAM POR AUMENTO REAL

25/02/2014

O Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo –SAESP– vem travando uma grande luta pela conquista de aumento real para os trabalhadores da aviação, encontrando muita resistência do patronato do setor, que teima em não evoluir na prática das boas relações trabalhistas e sindicais.

O SAESP apresentou, na mesa de negociação, uma série de fatos que comprovam que o patronato tem chorado de barriga cheia, pois os aviões estão cada vez mais lotados de passageiros, que pagam tarifas que não param de subir de preço. A mesma intensidade de procura tem sido verificada no transporte de cargas.

Não basta ter bons argumentos para convencer os patrões. Entidades de classe do setor, filiadas à Força Sindical, como o SAESP e os Sindicatos dos Aeroviários de Campinas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Brasília, Belém e Região Amazônica; sob a coordenação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos –FNTTA, têm promovido uma série de manifestações e protestos em diversos aeroportos brasileiros.

No caso do SAESP, várias manifestações e protestos foram realizados, contando com a adesão de inúmeros trabalhadores nas dependências do aeroporto de Congonhas. Naquela oportunidade, a direção sindical distribuiu um comunicado aos passageiros, esclarecendo os motivos do protesto e informando que a intransigência patronal poderá levar a uma greve às portas das festividades de final de ano.

O presidente do SAESP, Mandú, concedeu inúmeras entrevistas aos diversos veículos de imprensa de todo país, esclarecendo as principais reivindicações dos aeroviários: 10% de aumento para o piso salarial, que é de R$ 920,00, e 8% para salários acima desse valor.

“O sindicato patronal quer dar apenas 5,6%, que é a estimativa de inflação pelo IBGE”, disse Mandú, afirmando que “esta oferta é um desrespeito aos trabalhadores.”

A afirmação de Mandú encontra respaldo em dados do IBGE, que indicam uma elevação de 130% no preço das passagens de 2005 para cá. Este aumento pode ser até maior, pois os preços costumam variar muito de uma empresa para outra. O fato é que as finanças das empresas aéreas vivem um momento de “céu de brigadeiro”, e isto às vésperas da Copa do Mundo, evento que aumentará significativamente a demanda do transporte aéreo brasileiro.

Tem sido rotineira a reclamação das empresas aéreas de que seus negócios não vão bem. Porém, o que se observa é que a história não é bem assim, pois o setor tem

assistido a uma série de aquisições/incorporações de empresas. Por exemplo, Gol adquiriu a Webjet, a LAN ficou com o quinhão da TAM e a Azul ficou com a Trip. Se compram outras empresas, é porque o negócio é atrativo e as perspectivas são ótimas. Além de um mercado que não para de crescer, as empresas ainda contam com a colaboração do governo federal, mediante a política de desonerações das respectivas folhas de pagamento. Usando equipamentos de última geração e tecnologia de ponta, as empresas precisam de mão de obra altamente especializada, só que teimam em explorar seus trabalhadores, praticando baixos salários; além de viverem ameaçando ou mesmo praticando demissões, em alguns casos em massa, de seus empregados, como forma de intimidar quem se encontra empregado.

É neste compasso que vem se arrastando as negociações para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, que foram iniciadas em meados de novembro e até agora em nada resultou, além da contraproposta patronal de repor as perdas salariais com base no INPC, estimado em 5,6%...

Como patrão só se sensibiliza com pressão, ainda mais se for da aviação, o SAESP continuará firme na batalha, ao lado das demais entidades aeroviárias filiadas à Força Sindical, e sob a coordenação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos –FNTTA, deixando claro que não descarta a hipótese de deflagração de uma greve de caráter nacional, a princípio sinalizada para o dia 20 de dezembro 2013.

A sorte está lançada e a paciência tem limite. Que haja bom senso dos patrões da aviação e que venham a reconhecer o profissionalismo com que seus empregados desempenham as atividades cotidianas. É bom que eles se lembrem que da mesma forma que “saco vazio não para em pé”, a “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. E que ninguém se esqueça que A COPA DO MUNDO COMEÇARÁ PELOS AEROPORTOS.